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Construção na França
O Setor da Construção Francês
Sendo um dos pilares da economia global, o setor da construção há muito que se baseia em abordagens que são cada vez mais vistas como insustentáveis, tendo em conta a atual crise ambiental. Com elevados níveis de consumo de recursos naturais e de energia, a indústria necessita de uma revisão exaustiva de todos os processos envolvidos nas atividades de construção, para identificar e minimizar os resíduos em cada fase dos projetos de construção. Atualmente, torna-se evidente a necessidade em adotar práticas de construção mais ecológicas. Em França, para fazer face a 25% das emissões de CO2 produzidas pelo setor da construção, o governo introduziu uma lei em 2022 que obriga a que todos os edifícios públicos sejam construídos com, pelo menos, 50% de madeira ou outros materiais sustentáveis. A promoção da utilização de materiais ecológicos em edifícios públicos foi também impulsionada pelo desenvolvimento de infraestruturas para os Jogos Olímpicos de Paris de 2024, que se alinhava com o plano mais vasto de cidades sustentáveis de França, lançado em 2009. As alterações climáticas estão em constante crescimento, e como resposta direta, o governo francês lançou várias iniciativas destinadas a tornar a construção local mais ampla, refletidas numa série de medidas ambientais recentemente implementadas. Iniciativas como o sistema de certificação “Leadership in Energy and Environmental Design”, também conhecido como LEED, que reconhece os edifícios que cumprem elevados padrões de eficiência energética e sustentabilidade ambiental, incluindo a prioridade a fontes de energia renováveis, a utilização eficiente da água e a redução das emissões de gases com efeito de estufa. Além disso, o governo planeia desenvolver 90 novos “Eco-Bairros” focados em incentivar as inovações urbanísticas sustentáveis, e ainda, criou a associação France Ville Durable para coordenar e apoiar projetos centrados no desenvolvimento urbano sustentável. Embora essas iniciativas sejam um passo na direção certa, ainda há um longo caminho a percorrer. O setor da construção francês, como em muitos outros países, ainda enfrenta desafios significativos na implementação em larga escala de práticas verdadeiramente sustentáveis, e por isso trabalham na promoção de uma transformação significativa no setor da construção e do desenvolvimento urbano. A França implementou ainda o regulamento ambiental RE2020, que sucede ao anterior regulamento térmico RT2012. Este novo quadro, introduzido gradualmente aumenta de dois em dois anos os requisitos de redução das emissões de carbono para a habitação. Alguns dos seus objetivos principais incluem o aumento da eficiência energética das envolventes dos edifícios, a redução da pegada de carbono dos novos edifícios, a construção de casas adaptadas às condições climáticas futuras, a garantia de uma boa qualidade do ar interior e a promoção da reutilização de materiais.
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Construção Verde
A Construção Verde em França
A França é bastante reconhecida pela sua história valiosa de práticas sustentáveis e arquitetura ecológica, fazendo avanços significativos em técnicas de global ao longo dos anos. O país implementou diversas iniciativas e regulamentos para apoiar o desenvolvimento sustentável, e por isso mantém-se na linha da frente na promoção de métodos de construção ambientalmente conscientes. Lançada em 2007 pelo governo francês, a iniciativa “Le Grenelle de l´Environment” tinha em foco a modificação da política ambiental do país, e incluía por isso recomendações como o investimento de milhões de euros em energia limpa, a redução do consumo de energia em pelo menos 1%, a implementação de impostos verdes, e a promoção de fontes de energia renováveis. Para além disso, como parte de uma vasta estratégia de impulsionamento de práticas de construção sustentáveis, foram incorporados rótulos de construção como o THPE (Very High Energy Performance) e o THPE EnR (Very High Energy Performance and Renewable Energy), que visam identificar e promover os edifícios que apresentam alta eficiência energética e que respeitam o meio ambiente. Estes incentivam o uso de tecnologias de melhoria de eficiência energética nos edifícios, como por exemplo, isolamentos adequados e sofisticados, ou sistemas de gestão de energia, e ainda a implementação de fontes de energia, como os painéis solares e os sistemas geotérmicos, com o intuito de diminuir a dependência de combustíveis fosseis e reduzir as emissões de carbono. Existem também vários programas que certificam edifícios ambientalmente eficientes, como a certificação BBC Effinergie, que promove projetos exemplares de renovação de baixo consumo e baixo carbono, e por esse mesmo motivo os construtores franceses incorporam cada vez mais práticas de construção ecológicas nos seus projetos, como a instalação de sistemas de energia eficientes ou o uso de materiais de construção sustentáveis. Impulsionado por uma associação de políticas governamentais, procura dos consumidores e uma crescente sensibilização sobre os benefícios da habitação sustentável, o mercado imobiliário verde em França tem registado um crescimento contínuo nos últimos anos. Em 2021, de acordo com o índice de crescimento verde francês, o país obteve uma nota notável de 70,9 revelando o seu empenho com o desenvolvimento sustentável. Este índice avalia diversos aspetos como técnicas de construção sustentáveis, utilização de energia renovável e gestão de resíduos, e por isso, esta pontuação alta mostra que as iniciativas do governo e das empresas francesas se focam na sustentabilidade ambiental e na construção de um futuro mais ecológico. À medida que o país reconhecia a importância de práticas de construção sustentáveis, os construtores começaram a adotar uma arquitetura ecológica para minimizar o impacto ambiental dos edifícios, e por isso os primeiros passos da construção verde em França foram definidos por iniciativas como o uso de materiais renováveis e a inclusão de estratégias de melhoria de eficiência energética, o que determinou as bases para um desenvolvimento notável na construção verde francesa. Países como a Singapura, Hong Kong e países membros da União Europeia, revolucionados pela abordagem da França em relação à construção verde, consideram implementar regulamentações e iniciativas idênticas nos seus setores de construção. A França torna-se assim uma referência para a adoção de práticas sustentáveis, e por isso ocupa um papel crucial na aceleração dos esforços globais para um futuro mais ambientalmente responsável. A mudança das atitudes dos consumidores e o aumento da perceção dos benefícios ambientais de casas ecológicas e eficientes, levou a um aumento constante da procura das mesmas em França, e consequentemente a uma disponibilidade crescente de moradias sustentáveis. Assim como, também o mercado crescente de ecoturismo francês acabou por contribuir para o aumento da procura por hotéis e casas de férias sustentáveis, e visto que o país continua a dar prioridade à sustentabilidade, é provável que a procura por casas ecologicamente eficientes continue a crescer nos próximos anos.

France Pavilion
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Futuro Melhor
A Construção de um Futuro Melhor
De acordo com o relatório sobre a Lacuna de Emissões 2023 da PNUMA (Nações Unidas para o meio ambiente),as emissões de gases de efeito de estufa em 2030 aumentariam 16% no momento da assinatura do Acordo de Paris. As emissões de gases de efeito de estufa previstas para 2030 ainda precisam de diminuir 28% rumo aos 2°C do Acordo de Paris e 42% para os 1,5°C, apesar de atualmente o aumento idealizado ser de 3%.
Existem três principais estratégias para evitar essas emissões, que incluem introduzir uma economia circular para evitar a extração de novas matérias-primas e consequentemente reciclar melhor os materiais; utilizar materiais de construção biológicos, como a madeira, que poderia reduzir 40% das emissões até 2050; e melhorar os processos de construção através de políticas de compras ecológicas. Isso pode ajudar a induzir o setor a fazer essas mudanças, o que certamente faria uma enorme diferença em termos de emissões de CO2, mudança climática saúde dos trabalhadores, e ainda, acarreta a oportunidade de os países integrarem as mesmas nos seus planos.
A transição para edifícios resistentes ao clima, e de baixo carbono, originou a criação de empregos, melhorou vidas e ajudou a diminuir o aceleramento da tripla crise planetária, que se baseia na interseção da crise climática, perda da biodiversidade, e poluição, e por todos estes motivos a França continua a ser grande líder em construção e edifícios.
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Kōzōwood Industries
A Kōzōwood Industries no Mercado Francês
A Kōzōwood está fortemente interligada com o mercado sustentável francês através de várias iniciativas e práticas. Sendo esta uma empresa especializada na construção de casas de madeira sustentáveis, e que utiliza madeira oriunda de florestas geridas de forma sustentável, e certificadas pelo PEFC e FSC®, contribui consideravelmente para a redução de emissões de CO2, alinhando-se assim com as políticas francesas de construção sustentável, que exigem desde 2021 que os novos edifícios públicos incorporem no mínimo 50% de madeira na sua construção.
Com o intuito de alcançar todos os seus objetivos a nível ambiental, a empresa utiliza dois métodos de construção sustentáveis, CLT e WoodFrame, que combinados permitem aproveitar o melhor de cada um, criando assim estruturas robustas, eficientes e ambientalmente agradáveis.
Estas práticas são fundamentais para a construção de um futuro mais verde e sustentável, nivelando-se mais uma vez com as políticas de construção da França, pois para além da empresa promover a sustentabilidade ambiental, também incentiva e implementa a reflorestação e a gestão sustentável das florestas.
A Kōzōwood Industries continua a ser um exemplo de como a inovação e a responsabilidade ambiental podem andar de mãos dadas, resultando em benefícios tanto para as pessoas quanto para o planeta.

Kozowood CLT Panels
Imagem de Kozowood Industries